Guia ESHTE linguagem inclusiva

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2 Índice 1.Introdução .................................................................................................................................. 4 2.Linguagem inclusiva – conceito.................................................................................................. 5 3.Porque devemos utilizar linguagem inclusiva............................................................................ 5 4.Como utilizar a linguagem inclusiva ........................................................................................... 6 5.Estratégia para uma linguagem inclusiva sensível às questões de género................................ 7 5.1.Neutralização ou abstração da referência sexual ............................................................... 8 5.2.Especificação do sexo através de formas duplas ou da utilização de barras...................... 9 5.3.Linguagem a utilizar para fazer referência a pessoas com diversidade funcional ou doença mental......................................................................................................................... 11 6.Saber mais em… ....................................................................................................................... 12

3 Ficha Técnica Título : Guia ESHTE para uma linguagem inclusiva Edição : Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Divisão de Documentação, Comunicação e Arquivo Histórico Data : Julho 2023 GELI/v.1.2023

4 1.Introdução A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, (ESHTE) incorpora na sua missão os princípios da inclusão e da não discriminação. Ainda assim, importa consciencializar toda a comunidade académica por forma a implementar as ações e práticas decorrentes destes princípios. A ESHTE, de acordo com normas nacionais1 e europeias2 promove a igualdade de género, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fixados pela Organização das Nações Unidas (ONU)3. O presente Guia tem com objetivo orientar as práticas linguísticas da comunicação institucional (escrita, oral e visual) às políticas para a promoção da igualdade entre homens e mulheres. Pretende ser um contributo para um ambiente de trabalho mais saudável e inclusivo no respeito pela diversidade, pela dignidade das pessoas, pela salvaguarda dos princípios de justiça social e da equidade, com vista à construção de uma sociedade mais igualitária, isenta de estereótipos de género ou de outras formas de discriminação. 1Guia para uma linguagem promotora da igualdade entre Mulheres e Homens na Administração Pública, CIG (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género) https://www.cig.gov.pt/wp-content/uploads/2015/11/Guia_ling_mulhe_homens_Admin_Publica.pdf 2 Comunicação Inclusiva no SGC, Secretariado-Geral do Conselho, União Europeia https://www.consilium.europa.eu/media/35437/pt_brochure-inclusive-communication-in-the-gsc.pdf 3 https://unric.org/pt/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/

5 2.Linguagem inclusiva – conceito A linguagem inclusiva é um conceito que busca promover a igualdade e a inclusão de todas as pessoas, independentemente da sua identidade de género, orientação sexual, origem étnica, idade, condição física ou qualquer outra característica. Trata-se de utilizar termos e expressões que sejam respeitosos e inclusivos, evitando reproduzir estereótipos, preconceitos e discriminações. Uma das formas de promover a linguagem inclusiva é evitar utilizar pronomes masculinos genéricos para se referir a todos, optando por pronomes neutros ou por expressões que abranjam todas as identidades de género. Uma outra forma é evitar o uso de termos que reforcem estereótipos ou que desvalorizem certas profissões, características físicas ou experiências pessoais. A linguagem inclusiva não se restringe apenas ao uso de pronomes e expressões, mas também implica a forma como comunicamos. Devemos estar abertos ao diálogo e dispostos a aprender com as experiências e perspetivas diferentes das nossas, procurando sempre respeitar a identidade de cada indivíduo. O mesmo se passa com a utilização de imagens que não consideram a multiplicidade existente na comunidade (em termos de etnia, da idade das pessoas representadas, de diversidade de género, ou outras). É importante ressaltar que a linguagem inclusiva não é uma imposição, mas sim uma forma de tornar a comunicação mais acolhedora e igualitária. Ao adotarmos a linguagem inclusiva, contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa e para o respeito pela diversidade. 3.Porque devemos utilizar linguagem inclusiva A comunicação é uma ferramenta poderosa que influencia a forma como nos relacionamos e compreendemos o mundo ao nosso redor num contexto cada vez mais globalizado. Uma

6 comunicação inclusiva deve ser sensível a todas essas dimensões, evitando estereótipos, preconceitos e discriminações. Primeiramente, é importante reconhecer que a diversidade engloba uma ampla gama de características, como etnia, género, orientação sexual, idade, religião, deficiências, origem socioeconómica, entre outras. Para estabelecer um padrão de comunicação inclusivo e que promova a diversidade, é necessário adotar algumas práticas e princípios fundamentais. A linguagem desempenha um papel fundamental na comunicação inclusiva. Devemos evitar generalizações e termos que excluam ou marginalizem determinados grupos. Em vez disso, devemos buscar termos neutros, abrangentes e que respeitem a autoidentificação das pessoas. É fundamental promover uma cultura de respeito e empatia, onde o feedback construtivo seja valorizado. Devemos estar dispostos a reconhecer os nossos próprios preconceitos e privilegiar a aprendizagem e o crescimento pessoal. É importante lembrar que a diversidade não é apenas uma questão de representatividade superficial, mas sim uma valorização das experiências e contribuições únicas que cada indivíduo traz. Em resumo, o padrão de comunicação que reflete e dá visibilidade à diversidade deve ser inclusivo, sensível e respeitoso em relação a todas as dimensões da identidade. Ao adotarmos esse padrão, fortalecemos a coesão social, promovendo a igualdade de oportunidades e contribuindo para uma sociedade mais justa e acolhedora para todos. 4.Como utilizar a linguagem inclusiva As orientações que se seguem devem ser consideradas tanto na comunicação interna como externa, em todos os instrumentos de comunicação, para que a linguagem verbal e as imagens não perpetuem o androcentrismo, qualquer tipo de preconceito, nomeadamente, racista, etnocêntrico ou xenófobo. A adoção da linguagem inclusiva não é uma imposição. Cabe a cada indivíduo ou organização fazer essa opção e implementá-la de acordo com suas convicções e valores. Recomenda-se a integração destas orientações na comunicação interna ou externa veiculada em todos os documentos da ESHTE, nomeadamente:  Regulamentos, despachos, ofícios, notas internas;

7  Anúncios de vagas, concursos;  Materiais de divulgação de iniciativas da ESHTE, tais como folhetos, cartazes ou outros em formatos impresso ou digital, e-mails de divulgação ou de informação;  Publicações da responsabilidade da ESHTE;  Formulários e impressos;  Materiais utilizados em aulas ou sessões de formação, comunicações em conferências ou outras iniciativas;  Trabalhos académicos;  Linguagem quotidiana;  Nas plataformas usadas na ESHTE (ex. Portal Académico, Moodle, etc).  No website da ESHTE;  Nas redes sociais da ESHTE. 5.Estratégia para uma linguagem inclusiva sensível às questões de género A linguagem sensível às questões do género trata as mulheres e os homens de igual forma, sem perpetuar os estereótipos e papéis de género. Pretende-se com este guia dar uma primeira resposta à questão da igualdade de tratamento de ambos os sexos na linguagem, em particular no que diz respeito aos formulários, impressos, e outros documentos de comunicação interna e externa da ESHTE. Assim, apresenta-se em seguida exemplos de utilização de formas não discriminatórias da linguagem, agrupadas em dois tipos de recursos: • a neutralização ou abstração da referência sexual, através de formas inclusivas ou neutras; • a especificação do sexo, através da utilização de formas duplas, ou da utilização de barras.

8 5.1. Neutralização ou abstração da referência sexual Este recurso consiste em neutralizar ou minimizar a indicação do sexo das pessoas, através do emprego de formas inclusivas ou neutras, usando-se uma mesma forma para designar só homens, só mulheres ou mulheres e homens. Exemplos de utilização de formas neutras: EM VEZ DE… UTILIZAR Exmo. Senhor Presidente do Departamento À Presidência do Departamento As secretárias O secretariado O requerente A pessoa que requer Os requerentes devem… Quem requerer deve... / ou Se alguém requerer deve… Os interessados As pessoas interessadas As empregadas de limpeza O pessoal de limpeza Nascido em Data de nascimento O candidato deve enviar o seu formulário até… Deverá enviar a sua candidatura até...

9 5.2. Especificação do sexo através de formas duplas ou da utilização de barras Utilização de formas duplas Considerado o recurso mais adequado e eficiente em termos de visibilidade e proporção das representações de ambos os sexos EM VEZ DE… UTILIZAR Investigadores Investigadores e investigadoras Oradores Oradores e oradoras Utilização de barras Será o recurso mais apropriado em substituição da forma dupla. Permite manter a estrutura de base com uma boa gestão de espaço. EM VEZ DE… UTILIZAR O coordenador O/a coordenador/a O estudante A/o estudante

10 EM VEZ DE… UTILIZAR Alunos Estudantes Admitidos Pessoas admitidas Administrativos/as ou funcionários administrativos/as Pessoal administrativo Bolseiro /a A/o bolseira/o Coordenador/a Coordenação Nascido Data de nascimento Excluídos Pessoas excluídas Filho de Filiação Funcionárias/os da limpeza Pessoal de limpeza Funcionários lato sensu Pessoal não docente Investigadores/as Pessoal de investigação Nascido em Natural de ou Naturalidade Obrigado Obrigado pela colaboração Agradecemos Agradece-se a sua colaboração O Diretor Direção O Presidente Presidência Os candidatos Pessoas candidatas Os/as candidatos/as Professor Docente Professores Pessoal docente Técnicos Pessoal técnico Técnicos superiores Pessoal técnico superior

11 5.3. Linguagem a utilizar para fazer referência a pessoas com diversidade funcional ou doença mental Em relação à linguagem utilizada para fazer referência a pessoas com diversidade funcional ou doença mental, devemos evitar o uso de palavras ou expressões que podem ser consideradas estigmatizantes. EM VEZ DE UTILIZAR Cego Pessoa com deficiência visual Deficientes Pessoas com deficiência Deficientes motores Pessoas com mobilidade reduzida Demente Pessoa com demência Doente mental Pessoa com doença mental EM VEZ DE… UTILIZAR O autor Autoria O/a autor/a O legislador estabelece A legislação estabelece O Organizador A Organização O(s) Empresário(s) Classe empresarial O/a empresário/a

12 Mongol, mongoloide Pessoa com Síndrome de Down Pessoa com Trissomia 21 Pessoa com necessidades especiais Pessoa com necessidades adicionais de suporte Pessoa presa a uma cadeira de rodas Pessoa que se desloca em cadeira de rodas Surdo Pessoa surda Surdo-cego Pessoa com surdo-cegueira 6.Saber mais em… Abranches, G. (2009). Guia para uma linguagem promotora da igualdade entre mulheres e homens na administração pública. Lisboa: Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. https://www.cig.gov.pt/wpcontent/uploads/2015/11/Guia_ling_mulhe_homens_Admin_Publica.pdf Ajuntament de Barcelona (2018). Para construir un mundo más igualitario – https://ajuntament.barcelona.cat/guia-comunicacio-inclusiva/es/ Conselho Económico e Social (2021). Manual de linguagem inclusiva. Lisboa: CES. https://www.cig.gov.pt/wp-content/uploads/2021/05/ces_manual_linguagem_inclusiva.pdf Medeiros, A. C. (Ed.) (2017). Como começar com os ODS nas universidades – Um guia para as Universidades, os Centros de Educação Superior e a Academia. SDSN: Amazônia. https://apunsdsn.org/wp-content/uploads/Como-comecar-com-os-ODS-nas-Universidades_18-11-18.pdf Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres [PpDM] (2017). Localização dos objetivos de desenvolvimento sustentável numa perspetiva de género. Lisboa: PpDM. https://plataformamulheres.org.pt/site/wp-content/ficheiros/2017/03/primeira-brochurafinal.pdf Secretariado-Geral do Conselho da União Europeia (2018). Guia de Comunicação Inclusiva do Secretariado-Geral do Conselho da União Europeia. Bruxelas: União Europeia.

13 https://www.consilium.europa.eu/media/35437/pt_brochure-inclusive-communication-inthe-gsc.pdf União Europeia (2020). Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das regiões. Plano de ação da EU contra o racismo, 2020-2025. https://eur-lex.europa.eu/legalcontent/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52020DC0565&from=EN

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